Problema: em partidas amadoras de boliche, não é incomum acontecer o chamado 1001, que é quando sobram apenas os dois pinos do canto. Derrubar estes dois pinos ao mesmo tempo é uma das jogadas mais difíceis de se fazer no boliche. Não é pra qualquer um. Por isto, convidamos especialistas em várias áreas para ver como eles tentam resolver o problema do 1001.
Estatística: naturalmente, lança a bola na posição média entre os dois pinos.
Mecânica clássica: calcula com exatidão o ângulo de incidência, a trajetória, o torque e a velocidade da bola necessários para derrubar os dois pinos. Mas, na hora de lançar, tropeça sozinho e manda na canaleta.
Mecânica de fluidos: tenta fazer um lançamento numa velocidade acima do som para derrubar os pinos com a onda de choque gerada pela bola.
Mecânica relativística: tenta fazer um lançamento numa velocidade próxima à da luz para derrubar os pinos com o campo gravitacional gerado pela bola.
Mecânica quântica: fecha os olhos e lança no meio, derrubando os dois pinos ao mesmo tempo. Mas quando abre os olhos para ver o placar, apenas um dos pinos está no chão.
Análise numérica: derruba só um pino e diz que derrubou "aproximadamente" os dois.
Topologia: joga na canaleta e reclama que seria bem mais fácil se estivéssemos num espaço de geometria não-euclidiana.
Engenharia: faz umas contas meio erradas para calcular a trajetória que a bola deve fazer. Na hora de lançar, a bola ainda agarra um pouco nos dedos e não segue a trajetória imaginada anteriormente, indo parar na canaleta. Mas, no final — sabe-se lá como — a bola volta da canaleta, acerta um dos pinos e o lança na direção do outro.
Economia (liberal): derruba o pino da direita.
Economia (desenvolvimentista): derruba o pino da esquerda. E os dois economistas passam o resto da partida discutindo qual dos dois lances foi o melhor.
Sim, esta piada é minha. 99% da humanidade não vai achar graça, mas minha esperança é que a turma de exatas entenda a piada.