quarta-feira, fevereiro 13, 2008

XLII Superbowl - Um jogaço para entrar para a história (parte 1)

Ano passado, a convite do meu irmão Fernando, comecei a ver jogos de futebol americano. Conheço a impressão de quem nunca assistiu a uma partida - a de que se trata de um jogo violento, bruto, feio e com regras sem sentido. É verdade que o futebol americano é mesmo bruto e violento, mas é longe de ser um jogo feio. Os dribles nas corridas e a precisão dos lançamentos longos estão entre as coisas mais bonitas que já vi no esporte. E as regras só são confusas pra quem não entende qual é a do jogo, que se trata de uma batalha campal por conquista de território. O futebol americano é, portanto, uma modalidade altamente plástica e que requer muita estratégia das equipes. Por isso tudo, me apaixonei.

Vi dois jogos do campeonato, por coincidência com os dois finalistas. O primeiro foi New England Patriots (24) X Indianapolis Colts (20), até então os dois times apontados como favoritos ao Superbowl. O segundo foi Dallas Cowboys (31) X New York Giants (20). Neste último jogo a equipe dos Giants me chamou a atenção, (não sei bem o porquê, mesmo com a derrota), e eu passei a ter uma certa simpatia por ela.

Depois disto, fui acompanhando os resultados dos jogos pela internet (porque não tenho TV a cabo). Na 17ª semana (a última da fase classificatória) aconteceu o jogo com as duas equipes que haviam me chamado a atenção: Patriots X Giants. Os dois times chegaram àquela semana com trajetórias muito diferentes. O primeiro, um time à beira da perfeição, que havia vencido todos os 15 jogos que disputara e que tinha como quarterback (o armador/lançador do time) a estrela Tom Brady (o gostosão ali ao lado). Para você ter uma idéia de como Brady é fodão, ele quebrou quase todos os recordes de rendimento da NFL, é bonito e ainda come a Gisele Bündchen! Já os Giants vinham com uma campanha de jogos irregulares, tendo vencido 10 e perdido 5. Era um time que ora mostrava muita garra e combatividade, ora cometia erros bisonhos (o jogo contra os Cowboys foi um exeplo disto). Seu quarterback, Eli Manning, era o oposto de Tom Brady: feio, desengonçado e havia sido muito criticado até então por cometer erros bobos e por não ser muito bom de lançamentos. Não que os wide receivers (receptores) do time cometessem menos erros...


Lá vai o Manning pronto pra fazer besteira de novo...


Não pude ver o jogo, mas deve ter sido emocionante (os melhores momentos podem ser vistos aqui). Os Patriots chegaram ao final do terceiro quarto perdendo por 23 a 28, mas no último quarto eles conseguiram virar para 38 a 35. A vitória coroou a campanha perfeita dos Patriots na fase classificatória, sendo o segundo time da história da NFL a ter vencido todos os jogos desta fase. Por outro lado, a derrota dos Giants não veio com um sabor amargo. Primeiro, que eles conseguiram se classificar para os playoffs (fase de torneio) mesmo com a derrota. Segundo, que saíram com a moral de serem um dos poucos times que realmente ameaçaram a invencibilidade dos Patriots. E, terceiro, que a equipe toda e, principalmente, Eli Manning se superaram neste jogo, o que marcou uma espécie de virada no desempenho da equipe dali em diante. No jogo, Manning fez vários lançamentos precisos e até recebeu elogios da mídia esportiva.

Nos playoffs, os dois times também apresentaram trajetórias bem distintas. Os Patriots jogaram 2 jogos em casa e venceram, confirmando o favoritismo; mas nitidamente Brady não estava rendendo tanto quanto na fase de classificação. Já os Giants tiveram que jogar uma partida a mais (3 no total) e sempre na casa do adversário (por causa do retrospecto da fase de classificação, imagino eu). Eram tidos, até por isto, como totais azarões. Mas também conseguiram vencer todas as partidas - a última delas numa emocionante prorrogação com morte súbita. Se destacou a defesa, que foi considerada uma das melhores deste ano. E Eli Manning, que mostrou jogo após jogo que era sim um bom quarterback.

No final, as duas equipes que mais me chamaram a atenção no campeonato, tão diferentes, iriam disputar o Superbowl. Mas eu continuo mais tarde, que você já deve estar cansado de ler.



Fazendo: a demo de "Baba, baby"
Ouvindo: "Não me arrependo", de Caetano Veloso

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