domingo, julho 18, 2004

Lentilhas na panela

Botei de molho uma quantidade enorme de lentilha. Um saco inteiro, para ser mais exato. Iria preparar uma sopa no dia seguinte que seria servida aos hóspedes em minha casa: Daniel, Bruno, Bianca e meus pais.

Daniel não dormiu em minha casa. Bruno e Bianca dormiram, mas não ficaram pro almoço. Meus pais decidiram dormir num hotel. Acabei tendo que preparar toda esta lentilha, comer apenas a minha porção e congelar o resto. Como fiquei o dia inteiro fora e vou viajar amanhã, tive que ficar fazendo isto de uma hora até agora. Se não fizesse, a lentilha iria estragar.
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Minha vida até agora se resume em preparar banquetes para convidados que não vêm, e depois de tanto trabalho, ter que comer tudo sozinho.
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Hoje faz 15 anos desde o dia do nascimento do Dezoito. Saudades de você, Dezoito. Que você esteja bem onde quer que você esteja!

segunda-feira, junho 07, 2004

Um dia diferente

Hoje aconteceu tanta coisa... mais do que normalmente acontece comigo em um mês. Geralmente não gosto de contar como foi meu dia em um blog, mas acho que hoje é um dia digno de nota.

Pra começar, acordei às 6 para levar uma cachorra para o aeroporto internacional do Galeão. Seu nome é Naomi e ela é da Tatiana, uma amiga da minha namorada, Angélica. A Naomi havia aprontado mais uma durante a última noite que ela passou aqui. A touca de banho de meu colega de república, Arielson, foi totalmente estraçalhada pela boca voraz da cadela. Isto só não afetou o meu humor porque eu já estava bastante estressado com ela por outras coisas que, aliás, serão contadas mais futuramente.

Então pode-se dizer que eu estava aliviado ao chegar no aeroporto com a dachshund. Só não imaginava que no setor de embarque de malas (onde, logicamente, Naomi seria encaminhada) eu encontraria meu ex-colega de COOPEN-Campos, o Gustavo. Não foi a primeira vez que eu o encontrei aqui no eixo Rio-Niterói, mas encontrá-lo trabalhando justo na empresa em que iríamos despachar a cachorra foi algo inusitado. E o que foi mais inusitado ainda foi ele dizer que estava procurando um apartamento para dividir. E adivinha qual república está procurando um morador? Trocamos telefones e ele ficou de vir aqui para ver como é.

Imagine você de uma hora para outra começar a morar junto com um cara que você estudou na 7ª e 8ª séries, mas que não era seu amigo nem propriamente um inimigo. Estranho, né? Pensando nesta possibilidade, peguei o ônibus para o fundão junto com Angélica. Cheguei lá às 10 e pouca com pressa, porque tinha que preparar uma apresentação para 1 da tarde. Eu estudei o tópico direto, li e reli a matéria várias vezes, mas eu não conseguia entender. Faltando 15 minutos para a hora fatal, eu consegui compreender um ponto obscuro da matéria e me senti não tão perdido. Mas ainda faltava entender uma outra parte do texto. Eu e o PH, meu colega em desespero, já estávamos pensando em propôr um adiamento da apresentação quando o professor chegou de repente e disse que não haveria aula, porque ele estava passando mal.

Mais calmo, mas sem ter nada pra fazer, fui pro corredor do CT e por acaso acabei encontrando meu amigo Daniel, recém-chegado de uma viagem pro Chile. Não é muito comum encontrar Daniel no CT. Mas foi bom, até porque queria entregar-lhe o presente de aniversário atrasado. Depois disso, ficamos conversando até as 7 da noite. Foi legal porque vi que ele tem a mesma idéia minha pra uma futura banda, algo para satisfazer nossas necessidades artísticas, sem pretenção de fazer shows ou arrumar gravadora, mas ao mesmo tempo fazendo um som de alto nível.

E, o melhor de tudo, ele me contou sua fantástica teoria sobre as mulheres, a qual aceitei imediatamente por se tratar da mais pura verdade. É o segredo mais precioso, a fórmula mais cobiçada por nós, homens, e que finalmente me foi revelada. O que é? Heh, não vou contar. Pelo menos hoje, não.

Agora vou dormir porque estou com sono e cansado de limpar cocô de cachorro. A cada dia basta seu mal, e amanhã é dia de fazer uma apresentação de outra disciplina. Oh, vida.

quarta-feira, maio 19, 2004



Dezoito
* 18/07/1989
† 18/05/2004

segunda-feira, abril 19, 2004

Índio cara pálida

"Apesar da minha roupa, também sou índio" - Djavan, "Cara de índio"

Quando digo que sou índio, todos se riem. Afinal eu sou de um branco europeu difícil de encontrar nesta região do país. Então, para provar, eu mostro a parte de trás de meus dentes incisivos. Neles é possível observar pequenas calosidades próximas das raízes, um pequeno detalhe que atesta a minha ascendência indígena. São os chamados "dentes de índio".

Minha trisavó, uma índia de uma tribo da região de Campos, foi pega a laço pelo meu trisavô, que queria constituir uma família. Não foi esta a primeira nem a última violência do invasor português com os nativos de Pindorama. Muitas das pessoas a quem conto esta história me revelam ter na família um caso semelhante, o que mostra que o rapto seguido de casamento era um crime muito comum por aqui.

Mesmo oprimida pelo marido, a danada da nativa conseguiu se vingar, lançando um feitiço que iria afetar a toda a descendência de seu capataz: ninguém de seu sangue, dali por diante, poderia ser chamado de branco. Seriam todos caboclos, mestiços de pele, cabelo e cultura. E mesmo o mais branco dentre os caboclos filhos de seu marido iriam carregar consigo pelo menos duas coisas da índia: os dentes e a alma. E assim se fez.

É por esta razão que, apesar da cor, dos pêlos, do nariz, dos olhos e da roupa, eu também sou índio!

sexta-feira, abril 16, 2004

Sobre o título...

Não é segredo para os que me conhecem que eu sou um cara altamente megalomaníaco. Mas não ao ponto de me levar totalmente a sério. Então o título deste blog é uma brincadeira comigo mesmo, com o fato de eu ter sido tão pretensioso no meu primeiro blog e ter me dado mal com isto. E é também um lembrete para que eu controle mais a minha pretensão aqui neste blog.

Um novo blog

Quero aqui explicar o porquê deste blog. Se você, leitor, estiver curioso, por favor leia. Se não estiver, não precisa ler. Afinal o texto está grande e não tem um conteúdo lá muito atrativo.

Esta é a minha terceira experiência com blogs. A minha segunda experiência, o blog Páginas do Caos continua lá firme e forte. A minha primeira, entitulada "Aprendiz de aprendedor", está devidamente morta e enterrada.

Eu comecei o "Aprendiz de aprendedor" num momento de tristeza. Na verdade, eu já tinha desde algum tempo antes de os blogs existirem a vontade de fazer uma página com vários artigos, resenhas e impressões minhas sobre tudo. Mas nunca me empenhei nesta idéia. Até que veio o momento de tristeza, e eu comecei a escrever um blog para preencher um vazio que se criara em mim. Então passei a escrever direto, toda semana pelo menos um texto ia pro blog. Cheguei até a fazer um relatório completo sobre todos os jogos da copa de 2002, onde previ de o Brasil seria campeão antes mesmo da copa começar (na época ninguém tava botando fé na seleção). Mas aí acontecia que eu tinha pouco retorno com o blog. Poucas pessoas me visitavam e menor ainda era o grupo que comentava. Eu fui ficando meio puto com isto. No final, o blog se tornou para mim um enorme vazio, já que eu escrevia para ninguém e não tinha nenhuma diversão assim. Na verdade, desde o início eu entrei com muita pretensão, achando que meus textos desinteressantes iriam atrair uma multidão de leitores. A realidade dura do desprezo acabou por me deixar profundamene insatisfeito. Abandonei meu blog, e a idéia de manter um blog passou longe de mim por um bom tempo.

Daí veio o Estúdio Caos, em Julho do ano passado. Estávamos "produzindo" coisas; eu tinha o famigerado caderninho vermelho com o meu roteiro de uma história de super-heróis e o Cupolillo já tinha vários desenhos, dentre eles os character designs dos heróis. Então tivemos a idéia de publicar nossas produções e notícias num blog. Pensei que um blog coletivo seria mehor de levar - pelo menos eu não estaria sozinho se o barco começasse a afundar. E este blog tinha um objetivo específico: ser o porta-voz do estúdio, falando apenas dos nossos projetos e sobre nossas opiniões relativas a assuntos de cultura de massa. A receita das "Páginas do caos" felizmente deu certo. Hoje temos grupo relativamente bom de leitores (+-10 por dia, muito bom para um estúdio de desconhecidos que nunca produziu nada de concreto) e chegamos a ser a página do dia da Kit.net. Posso dizer que estou satisfeito com aquele blog.

Mas não totalmente satisfeito. Porque durante este tempo me vieram à cabeça diversas idéias de textos que infelizmente não poderiam ser publicados nas "Páginas do Caos" porque não tinham nada a ver com o que é publicado ali. As "Páginas" não são o blog pessoal dos caras do estúdio, mas sim o blog da entidade coletiva chamada Estúdio Caos. Não cabe colocar lá, por exemplo, a minha opinião sobre a situação do Iraque. Ou meus arroubos filosóficos. Ou mesmo sobre como foi meu feriadão. Coisas que não interessam a ninguém, mas que tenho a maior necessidade de escrever.

Justamente estas coisas serão a matéria deste blog. Mas, ao contrário do meu primeiro blog, não irei com muita sede ao pote. Por isto, não colocarei um sistema de comentários aqui. Talvez eu coloque uma tagboard para garantir o mínimo de interatividade. Mas que fique claro que meu objetivo aqui é expôr as coisas que penso e que muitas vezes não tenho como contar. E o que penso muitas vezes não é interessante.

Então, desejo que este blog me dê alguma satisfação. Porque se não der, eu acabo com ele na mesma hora.